Um ciclo que espero que seja próspero, cheio de coisas boas... sei que só sofremos na medida em que podemos aguentar, mas estes últimos sete anos têm sido longooooooooooooos.
Quase com 28, mudo-me para a capital, Lisboa, que meio a medo quero conhecer, entender e aprender a gostar.
Quero viver, acima de tudo viver... e para sabermos viver precisamos aprender com os nãos que levamos da vida, com as rejeições, com as mágoas e com o coração partido em milhares de pedacinhos.
Ás vezes tudo o que precisamos para superar, é aprender a começar de novo, e a vida está a dar-me essa oportunidade!
Sei que nada vai ser como tinha planeado, uma das principais razões pela qual eu estava a aceitar bem esta mudança já não existe, mas ...
E, neste vida, existe sempre um mas... Quem sabe se será melhor assim?!
Não podemos estar a contar com ninguém, apenas com nós mesmos, e tudo se supera com a ajuda dos amigos.
As saudades vão ser imensas, mas para isso temos uma panóplia tecnológica que nos ajuda a minimizar a distância.
É provável que da próxima vez que venha cá ao blog, eu já escreva a partir de Lisboa... e espero, espero mesmo, que seja o começo de algo bom para a minha vida!
Foste entrando na minha vida devagar, devagarinho... sempre presente, sempre à espera, sempre paciente.
Parecia que nos conhecíamos de outras vidas. A conversa sempre fluia e não nos deixava indiferentes.
Conquistaste-me aos poucos com essa tua forma doce e cortez.
Uma amizade simplesmente perfeita!
Esperamos durante meses uma nova oportunidade de nos voltarmos a encontrar.
E quando aconteceu... foi mágico!
Cantaste e tocaste só para mim, uma das minhas canções preferidas ( Cavaleiro Andante, Rui Veloso), num lugar, também ele, mágico e sublime.
Sem tirar os olhos de mim cantavas:
"podes vir chorar no meu peito
longe de tudo o que é mau
que eu vou estar sempre ao teu lado..."
Uma vez mais fomos tocados pela magia, e o inevitável aconteceu...
Contudo, sem nada que o fizesse prever, na manhã seguinte a realidade bateu à nossa porta. A magia tinha terminado, a nossa amizade também... E foste levado para longe de mim, sem que eu consiga perceber o que aconteceu ou entender o porquê!
E a nossa amizade?
Logo agora que o destino te fez ser transferido para a mesma cidade que eu!
O destino brincou connosco, ou só comigo... já nem sei!
Tudo aquilo em que eu acreditava ruiu... ou será que nunca terá existido?
Gosto de quem gosto, amo quem amo e faço questão de o demonstrar. Mesmo que para isso receba em troca apenas desamor ou sofrimento.
Pelo menos tentei... sorri, sonhei e quis ver os outros felizes.
Amo profundamente os meus amigos, com uma profundidade que me é muito característica!
Amo e odeio na mesma medida!
Sofro com as suas dores e vibro com as suas alegrias.
A amizade é, para mim, o amor mais puro e verdadeiro que existe.
Gosto das suas qualidades e dos seus defeitos, pois é nos defeitos que as qualidades se realçam.
Já há alguns anos que alguém dizia: "a vida é feita de encontros e desencontros", e assim se caracteriza a amizade, e a nossa vida.. Onde há sempre pessoas a chegar e a partir.
Por vezes sinto uma vontade imensa de te escrever. Não que isso signifique que ainda te ame ou que ainda fazes parte de mim e da minha vida.
A verdadeira razão é que tanto tu como eu temos algo em comum, somos duas almas perdidas, destinadas a vaguear sem rumo.
Sinto falta de falar contigo porque apenas tu pareces entender este meu lado melancólico, desprovido de alegria ou qualquer humor, no qual me refugio vezes sem conta.
Por vezes dou por mim a olhar para o espelho, a ter diálogos maginários contigo. Somente para imaginar qual seria a tua opinião sobre o que se vai passando na minha vida. Sobre os meus eternos "começos" e as minhas tentativas de ser feliz.
Afinal de contas, durante muito tempo, foste tu o meu ombro para chorar, o meu pilar, e a única pessoa a ter paciência para as minhas crises existênciais.
Apesar disto tudo, o que mais me faz falta é a tua sinceridade grotesca.
Nunca floreaste as coisas, sempre foste sincero ao extremo mesmo que isso me custasse um milhão de lágrimas.
Vivo num universo de mentiras e aparências, onde tenho a honra de ter amigos, bons amigos. Contudo, ninguém entende este meu lado insatisfeito, taciturno e infeliz, como tu o entendias...
Não me posso queixar, a vida tem sido generosa comigo. Este ano é particularmente especial por esse mesmo aspecto.
Mas em vez de me habituar a estas malditas perdas, cada vez se torna mais difícil. Consegues explicar-me porquê?
Precisava da tua "maldita" sinceridade uma vez mais...
Precisava que fosses cruel comigo, que me dissesses exactamente aquilo que eu não quero ouvir... mas com a certeza de que serias sincero, como sempre o foste.